Material do Curso Introdutório
LIRAa - Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti .
O QUE É LIRAa?
Mapeamento rápido dos índices de infestação por Aedes aegypti.
Vantagens:
- Identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município de forma rápida.
- Permite o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas, pois o município é dividido por estratos (grupos de bairro com características semelhantes).
Como é feito:
O município é dividido em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado estrato, são pesquisados aproximadamente 450 imóveis. Os estratos com índices de infestação predial:
- Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias
- De 1% a 3,9%: estão em situação de alerta
- Superior a 4%: há risco de surto de dengue
IP: Índice Predial
É a relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o número de imóveis pesquisados.
Atividades preconizadas
As seguintes atividades são preconizadas para avaliar e controlar a situação vetorial nos estratos descritos. Os municípios são categorizados em dois estratos, em função da presença ou não do vetor Aedes aegypti ou Aedes albopictus. Municípios infestados, são aqueles com disseminação e manutenção do vetor nos domicílios. O município de Araguari se enquadra neste.
Estrato I – Municípios infestados (em períodos epidêmicos e não epidêmicos):
• Pesquisa larvária amostral, bimestral ou quatro levantamentos rápidos de índices entomológicos (LIRAa) ao ano.
• Visita domiciliar bimestral em 100% dos imóveis.
• Pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, com tratamento focal e/ou residual, com periodicidade mensal para o tratamento residual.
• Atividades de educação e comunicação, com vistas a prevenção e controle da dengue pela população.
• Realização do bloqueio da transmissão, quando necessário.
*Conforme Preconizado pelo MS - Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue
Operacionalização do levantamento rápido de índice.
RECONHECIMENTO GEOGRÁFICO
O reconhecimento geográfico (RG) é uma atividade prévia e condição essencial para a programação do Levantamento Rápido de Índice.
CRIADOUROS
Todos os depósitosque contenham água no momento da visita domiciliar deverão ser examinados de forma cuidadosa, porque são criadouros potenciais para os mosquitos do gênero Aedes.
O que Inspecionar?
Tipos e definição dos depósitos
Os depósitos potenciais criadouros para Aedes aegypti foram classificados em cinco grupos, permitindo conhecer a importância epidemiológica desses criadouros e o direcionamento das ações de controle vetorial. Os grupos de depósitos (Codificação dos depósitos), são:
- Grupo A: Armazenamento de água: Pela importância desse grupo para o Programa de Controle da Dengue e a finalidade dos depósitos para armazenamento de água para a população, estes foram divididos em dois subgrupos.
- A1:Depósito de água elevado ligado à rede pública e/ou ao sistema de captação mecânica em poço, cisterna ou mina d’água: caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria.
- A2:Depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico: tonel, tambor, barril, tina, depósitos de barro (filtros, moringas, potes), cisternas, caixa-d’água, captação de água em poço/cacimba/cisterna.
- Grupo B:Depósitos móveis: Vasos/frascos com água, pratos, garrafas, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, etc.), objetos religiosos/rituais.
- Grupo C: Depósitos fixos: Tanques em obras, borracharias e hortas, calhas, lajes e toldos em desníveis, ralos, sanitários em desuso, piscinas não tratadas, fontes ornamentais; floreiras/vasos em cemitérios; cacos de vidro em muros, outras obras arquitetônicas (caixas de inspeção/passagens).
- Grupo D: Passíveis de remoção: Este grupo foi dividido em dois subgrupos para se conhecer e destacar a importância dos pneus e dos materiais rodantes, distinguindo-se dos demais depósitos passíveis de remoção.
- D1: Pneus e outros materiais rodantes (câmaras-de-ar, manchões). D2: Lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas); sucatas em pátios (ferroviários, portos) e ferros-velhos, entulhos de construção; nesta categoria estão os Pontos Estratégicos (PE) para o PNCD, que não serão visitados durante o LIRAa.
- Grupo E: Naturais: Axilas de folhas (bromélias, etc.), buracos em árvores e em rochas, restos de animais (cascas, carapaças, etc.).
PESQUISA LARVARIA
ACONDICIONAMENTO
As formas imaturas coletadas no depósito deverão ser acondicionadas em tubito com álcool a 70%, nos quais serão colocadas, no máximo, dez larvas/pupas por depósito pesquisado.
O agente deverá coletar uma amostra para cada tipo de depósito com larvas e/ou pupas que encontrar no imóvel pesquisado. Por exemplo, se em um imóvel forem encontrados seis pneus com larvas/pupas, o agente deverá coletar seis amostras e numerar em ordem crescente a partir do número um, seguindo seqüencialmente até o número 999, quando então a numeração é retomada a partir do um.
Procedimentos de campo para o levantamento de índices
- Os Índices de Infestação Predial e de Breteau são calculados para cada estrato, e a inspeção dos imóveis de cada quarteirão para coleta de larvas e/ou pupas é feita em 20% dos imóveis existentes em cada quarteirão.
- A inspeção dos imóveis existentes na área urbana dos municípios é realizada nas casas e nos terrenos baldios. Nos edifícios, deve ser inspecionado o térreo de todas as edificações (casa do zelador, casa de máquinas, garagem), mas será registrada como um único imóvel. Os Pontos Estratégicos não serão incluídos na amostra.
- A inspeção de cada quarteirão deve ser iniciada pelo primeiro imóvel, com deslocamento no sentido horário, contando-se quatro imóveis após o imóvel em inspeção para a seguir inspecionar o sexto imóvel (2o da amostra), e assim sucessivamente, inspecionando-se um imóvel em cada cinco, o que corresponde a inspecionar 20% dos imóveis existentes no quarteirão sorteado.
- Ressaltamos que caso o imóvel a ser inspecionado esteja fechado ou sua inspeção seja recusada, o agente deverá fazer sua substituição pelo imóvel imediatamente posterior.
PREENCHIMENTO BOLETIM DE CAMPO E DE LABORATÓRIO (BCL)
- Finalidade: registrar as informações de cada visita realizada pelo agente de saúde para identificação e acompanhamento operacional das ações de campo e laboratório.
- CABEÇALHO MUNICÍPIO/UF: anotar o nome do município e do estado.
- ESTRATO: anotar o número do estrato a ser trabalhado.
- N.º DE QUARTEIRÕES: anotar o número dos quarteirões trabalhados no dia.
- N.º DE IMÓVEIS: anotar o número de imóveis trabalhado(s) no dia.
- BAIRRO(S): anotar o nome do(s) bairro(s) trabalhado(s) no dia.
- FOLHA: a numeração indica o número da folha em relação ao total. Ex. 2/5 (2a folha de um total de cinco).
- N.º DO QUARTEIRÃO: anotar o número do quarteirão a que pertence o imóvel inspecionado.
- ENDEREÇO (LOGRADOURO): anotar o nome da rua, da avenida, da praça, etc. onde está localizado o imóvel inspecionado.
- N.º COMPL.: anotar o número do imóvel inspecionado e o respectivo complemento, quando for o caso. Exemplo: 102/201 (imóvel número 102 e imóvel 201). TB: marcar com “X” no caso de o imóvel sorteado ser um terreno baldio.
- N.º DE RECIPIENTES COM FOCO: registrar o número de recipientes em que foram encontradas formas imaturas (larvas/pupas) de mosquito, de acordo com a legenda localizada no rodapé do boletim. Deverão ser coletados tubitos correspondentes ao número de tipos de recipientes positivos. Exemplo: se forem encontrados cinco pneus com larvas, deverá ser colhido um tubito com o máximo de dez larvas para cada pneu.
- NUMERAÇÃO DAS AMOSTRAS COLETADAS: anotar a numeração das amostras correspondentes. Exemplo: se no primeiro imóvel inspecionado foram coletados dez tubitos, deverá ser anotado “1 a 10”; no segundo imóvel, caso tenham sido coletados oito tubitos, a anotação será “11 a 18”, e assim por diante.
- NÚMERO DE TUBITOS: registrar o total de tubitos coletados no imóvel inspecionado. No exemplo anterior, no primeiro imóvel serão anotados dez tubitos, e no segundo, oito tubitos.
A visita domiciliar: Inspeção
Concluída a inspeção, será preenchida a ficha de visita com registro da data, hora de conclusão, a atividade realizada (LIRAa) e a identificação do agente de saúde.
O QUE É L.I.- Levantamento de índices?
Nas localidades infestadas, o levantamento de índice amostral é feito continuamente, junto com o tratamento focal (LI + T). Idealmente, a coleta de larvas para determinar os índices de infestação deve ser realizada em 100% dos imóveis.
Todos os depósitos que contenham água no momento da visita domiciliar deverão ser examinados de forma cuidadosa, porque são criadouros potenciais para os mosquitos do gênero Aedes.
àEm Araguari o L.I. é realizado apenas nos Distrito de Amanhece e Piracaíba.
àNa zona urbana é realizado o LIRAa.
Criadouros/ Depósitos: Códigos usados para o L.I.
- A: Pneu
- B: Tambor/Tanque/Barril/Tina/Tonel/Depósito de barro.
- C: Vaso de Planta.
- D: Mat. de Construção.
- E:Garrafas/Latas/Plásticos.
- F: Poço/Cisterna/Cacimba.
- G: Cabo d’água.
- H: Recipiente Natural.
- I: Outros.
NÚMERO DE TUBITOS:
- Cada agente adotará uma numeração crescente para os focos larvários encontrados, a partir do número um, seguindo seqüencialmente até o número 999, quando então a numeração é retomada a partir do um.
- A numeração também deve-se iniciar do um novamente quando termina o ano de trabalho.
No L.I. a numeração da amostra é realizada por imóvel inspecionado, diferente do LIRAa que é por depósito/criadouro
Identificação da marcação dos quarteirões.
ß● 3 indica o início do quarteirão nº 3
ß13 indica a continuação do quarteirão nº 13
●ß14 indica o final do quarteirão nº 14 (este sinal se usará unicamente em quarteirões irregulares).
●ß● 5 sinal de quarteirão constituído por um só imóvel.
Material para pesquisa larvária, levantamento de índice e aplicação focal.
Tipo Uso
Álcool a 70% Conservação das larvas coletadas
Tubito de vidro com rolha Acondicionamento das larvas coletadas
Etiqueta para tubito Identificação dos tubitos
Liga de borracha Prender formulário ao tubito
Algodão hidrófilo (em caso de tubito sem rolha) Preenchimento do tubito
Bacia plástica pequena
(no mínimo duas, em cores diferentes) Colocação da água para pesquisar a existência de larvas
Pesca larva de nylon de cores diferentes
(no mínimo dois) Coleta de larvas nos criadouros: um para água de consumo e outro para água poluída
Escova de limpeza pequena (cerdas rígidas) Esfregação de paredes de criadouros para retirada de ovos depositados
Espelho de bolso Exame e verificação de criadouros
Lanterna (de três pilhas) Exame e verificação de criadouros
Fita métrica ou trena Cubagem de depósitos para tratamento
Pilhas Manter carga da lanterna
Foquito Manter a luz da lanterna
Dosador padrão ou colher (uma de sopa e uma de café) Para medição do larvicida
Pipeta tipo conta-gotas (no mínimo duas) e pipetão Captura de larvas
Concha de alumínio (opcional) Coleta de água em criadouros (pneu)
Frasco plástico de boca larga com tampa rosqueável, Guarda e conservação de larvicida
na cor escura
Saco plástico (no mínimo dois) Acondicionamento de materiais
Quadro de dosagem de larvicidas Cálculo da necessidade de larvicida
Picadeira (opcional) Destruição de criadouros
Escada Acesso a depósitos em locais altos
Luva de borracha não descartável Uso geral / proteção do agente